Friday, June 3, 2011


Como amante confessa do caos, adoro pedaços de desalinho, linhas quebradas. De tal forma que amo cada lasca da tua tinta, cada canto imperfeito do esconderijo que encontro em ti. Sinto-me num abrigo verdadeiro, com as pedras a perder terreno à humidade, de modo que, de tempos a tempos, é preciso poli-las. E no espelho, onde outrora perdera o meu próprio reflexo, encontro-me tal e qual como me vês, finita, amarrotada, imperfeita, linda. E assim posso ter um sorriso genuíno, que assenta em algo real. É tudo tão cortante, tão vibrante junto de ti...E dou por mim, noutros tempos amante do vento, dos cantos impossíveis e dos caminhos de ouro, a encaixar nesta realidade de uma forma que não julgava possível. e a querer-te. Querer cada pedacinho teu, desfiar as nossas entranhas no nosso caminho de união. É um caminho desafiante, cheio de portas fechadas e arrombadas (que rodar maçanetas é demasiado subtil para o amor). Mas é neste caminho que me vou apaixonando mais e mais por ti, que me aconchego na nossa felicidade e compreendo o quanto valemos a pena... És um óptimo companheiro de construção. Tenho a certeza que juntos faremos algo lindo. Já fazemos. Somos imperfeitos e sabemo-lo. E isso é só mais um motivo pelo qual acredito que resulte.

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