Wednesday, December 8, 2010

Dos caminhos que podia seguir, escolho o que me resta. Estou ansiosa.

Saturday, December 4, 2010

Aqui estou eu, subitamente envelhecida mais um ano... Neste momento, parecem mil...sinto-me uma centenária, que já viveu muito, sentiu muito, sofreu muito...mas, por algum motivo, não quero deixar-me partir... Não quero morrer incompleta, à metade, como uma pescada comprida... Continuo a querer morrer nos teus braços, ao mesmo tempo que tu, para que as nossas almas, sejam lá elas o que forem, possam partir juntas para nenhures...

Mas que estranho, diriam, estar a falar de morte e de velhice, no dia do 21º aniversário... Pois bem, a alegria não dá para mais, não há terra para plantar mágoas além desta... E sim, continuo à espera, no mesmo alpendre, com a mesma chávena de chá (daquele que tu fazias, que me adormecia em três tempos), olhando o horizonte... Penso em tudo o que vivemos, e o que não vivemos...havia tanta coisa ainda por fazer... Tantos sonhos a perseguir... Tantas pequenas coisas que não chegamos a partilhar... Mas mesmo isso, face ao que foi partilhado, é coisa pouca... Só o silêncio respirado enquanto me deitava no teu peito e conversávamos em pensamento já era mais do que muitos têm a sorte de ter...

Mas sinto falta... Olho com saudade... E por isso mesmo espero...como quem não tem nada melhor para fazer, como quem não quer a coisa... Como quem olha um clone de uma pessoa que lhe foi muito querida crescer, e crescer, até que possa ser o que a sua réplica foi... Tens muito que crescer... A pessoa por quem me apaixonei era linda, maravilhosa, a mais bela pessoa que alguma vez conheci! Podia morrer a olhar nos seus olhos, e nem faria diferença... Tantas vezes quis morrer neles... E agora não posso, eles estão lá, mas não estão, qual bela adormecida...

Não sei se alguma vez vou voltar a ver essa rara criatura no meu horizonte, mas não deixo de olhar... Posso limpar o pó da mesa distraidamente, cheirar uma flor mais atrevida, queimar os olhos no sol (como eu estou sempre a fazer), mas hei-de voltar a repousar os olhos na tua possível chegada. Imagino quão belo serás, ainda mais do que me lembrarei, por certo... Serei velhinha, ainda mais que agora, quase sem água para chorar, mas fá-lo-ei...Porque finalmente estarás em casa... E nem que morra nesse momento, podes crer que morrerei com o mais belo sorriso de sempre!