Tuesday, March 13, 2012


Estou esgotada. Não consigo mais, não há forças que me restem.
Só quero aninhar-me, desistir. 
Preciso de um apoio que nunca tenho, de alguém que me segure.
Alguém que ao meu "eu não estou bem", me dê a mão.
Nunca me dás a mão, nunca serves para me cimentar o espírito.
Apenas me tornas mais pequenina.
Não me proteges, não padeces da minha dor.
Apenas dizes que nada podes fazer...
De que me serves, então?
Não queiras só cá vir roubar um pedacinho quando estou feliz.
Porque não estou sempre.
Muitas vezes tombo, e hei-de tombar.
E se não servires para me limpar os joelhos esfolados e as lágrimas, não tens lugar aqui...

Saturday, March 10, 2012


Aninho-me. Sinto que passo a vida a aninhar-me e a engolir em seco, mordendo a dor. Calando-a. 
Não sou imune. Nem sequer sou uma rapariga forte. Apenas sei apertar os joelhos contra o peito e esperar... Esperar pelas migalhas que me vens atirar. Sou uma galinha obediente e, mesmo que falhes um dia ou outro, não pulo cercas.
Dizem que não tenho asas, mas mentem. Eu não quero é usá-las.
Porque sei que, quando vens, levito. Levitar é bem melhor que voar, porque não preciso de sair do sítio. E sim, eu sou uma criatura passiva, caseira. Não gosto de mudanças, de coisas fora do sítio.
E, sobretudo, odeio dormir sem ti.