Thursday, February 3, 2011


Livra-te. A sério, livra-te! Que estás tu a fazer? Não, não, vais-me ouvir. Não faças isso. Só vai dar tragédia. Daquela romana, com gladiadores e leões, e gente esventrada... Oh, vá lá... Deixas-me mandar em ti por um segundo? Vá, um segundo só, não sejas tu e sê eu... Já estamos cansados de sofrer. Basta. Basta? Não olhes para mim assim. Não. Achas que és um terrier, ou quê? Não, olha para o lado. Não quero saber se estás feliz. Tu estás sempre feliz até ires parar aos cuidados intensivos, de rosto irreconhecível. E lá vem mais uma máscara... Pára de perder as máscaras, não te avisei quando nasceste que eras demasiado disforme para a luz do sol? Não te descasques, chega... Para quê? Mais uns dias, mais uns segundos, que recebes em troca, nada! Depois ficas vazia, e eu tenho de te puxar das trevas de novo. Estou farto! Chega! Queres ir, vai, estás por tua conta! Não sorrias. Não faças de conta que sabes mais do que eu. Se der passos suficientemente pequeninos consigo chegar ao fim ileso. Salvo. Sem dores. E tu? Oh, tu... Vais para a cova arranhada, de braços e pés partidos, olho negro tapado por óculo de sol da Gucci, com um coração retalhado... E sorriso nos lábios? Não, não brinques! Sorriso nos lábios? O que diz a tua campa? 


"Se fechasse o meu coração enquanto vivi, não teria este sorriso nos lábios"


Pronto, está bem... Ganhaste. Salta lá.

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