Odeio que sejas assim, tão frágil, tão paralisada pelo medo... Porque te atiras contra mim com toda a força como se esperasses desfazer-te a cada momento? Não compreendo essa tua vontade de auto-destruição... Procuras o vazio de cabeça baixa e choras quando o encontras? Mas afinal o que queres de mim, que morra também? Não quero. Não te devia querer. Arrastas-me nesse caminho de amor e dor. És louca, e mil vezes desejo que nunca te tivesse olhado nos olhos, nunca te tivesse despido essa pele e conhecido essa alma de tormentas. Desalinhaste-me a vida... Andas aí, de coração desgarrado, uma lapa de facto, a pior das viúvas negras... E o pior é que não te consigo largar, dói. Penso em nunca mais ver esses olhos de bambi - que por vezes ecoam a maior felicidade, mas tantas vezes se fazem inertes, olhando o nada - e sinto uma desesperança enorme. Porque te quero. E não devia. Mas o meu peito continua na ilusão de que um dia o teu coraçãozinho tímido arranje coragem de entrar dentro dele...e embalsamar essa tua dor onde não te possa ferir mais...
Friday, October 21, 2011
Wednesday, October 19, 2011
Monday, October 17, 2011
- Está frio... - lança a medo.
- Pois está. - um sussurro indiferente.
- Costumavas amar o vento...
Silêncio.
- Adoravas soltar o cabelo, rodopiar como uma louca, rir...rir muito.
Uma névoa de sorriso surge do outro lado. Um fantasma triste de um passado ultrapassado.
- Contavas histórias com os olhos...cantavas desafinada...
Um auto-abraço e um olhar no horizonte.
- Eras a criatura mais linda que alguma vez conheci... Ainda o és... Mas já não estás aqui... Onde estás afinal?
Suspiro.
- Não sei. É um vazio.
- Como gostava de estar aí contigo... - as forças desfazem-se. - Queria tanto abraçar-te...
- Não. - uma lágrima - Não podes... Sabes bem que só existo no teu coração agora...
- Então quem me dera arrancá-lo e tê-lo nos meus braços...
Um sorriso. Genuíno desta vez.
- Sempre o mesmo tontinho... Não te deixo fazer isso...
- E como me irias tu impedir? Tu que resolveste ir embora e deixar-me aqui?!
- Simples... Dizendo apenas umas palavras: se arrancasses o teu coração, morrerias não só tu, mas também eu, uma segunda vez...
Thursday, October 13, 2011
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