Gostava de saber como é que as pessoas fazem isso. Como é que cospem no chão coisas que tinham valor...como é que deitam fora peluches que foram abraçados todas as noites...como é que perdem na mente sentimentos que se julgavam infinitos...
Não sei fazer dessas coisas...Vivo como se morresse amanhã, não penso, não pondero, não mudo coisas que sinto... Sou genuína. Quando amo, amo. E quando odeio, odeio. Não muda. Não anda assim, ao sabor do vento, ora odeio, ora amo, não, sou constante. Quando olho nos olhos de alguém e lhe digo que o quero para sempre, é verdade. É imutável. Quero. Sempre quis. Mas não se pode querer o que não se pode. E por isso vou saltitando, vou avançando no tabuleiro, esperando por quem me queira realmente comprar. Não alguém que minta... Não alguém que se engane. Não quero enganos, não os quero mais. Basta. Se não, prefiro manter-me na prateleira, amando-me a mim mesma, vivendo para mim mesma... Não nasci para isso, mas que sabemos nós sobre isso afinal? Não, não me importo mesmo nada... Mas se for para bater nesta porta, neste corpo velho cansado, que não seja com falsas promessas. Prefiro uma certeza dura e crua a quimera impossível.
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