Friday, November 20, 2015


Não tenho pretensões de ser muito,
a vida despiu-me desses subterfúgios,
fez por calar a minha voz de vaidade,
e perceber que nada valho.

Minto, rindo, dizendo que não me importo,
que não me assusta a mortalidade;
minto, com quantos dentes tenho!,
minto e ignoro a dor que me abala.

Oh, quão perdida me encontro,
quão desolado o eco dos meus passos,
num vaivém numa sala despida,
quão gigante me soa o silêncio,
quão transbordada a minha caixa de memórias...

Dentro de mim não corre esperança,
ou brinca de esconde-esconde...
Barafusto e revolto-me com a minha inércia,
mas aqui me quedo, impotente.
Que fazer?

29/07/2015