Eu agarro-me a tudo... Sou forte, já sabia... Finco as unhas como uma lapa e hiberno no abraço de quem se ausenta. Longe vão os longos passeios pela minha alma, incompreendida a maresia dos meus pensamentos... Tudo bem longe, fora de mim... Afinal, estava presa a uma imagem que não real... Não me via, não me sabia... Mas ensinamo-nos sempre tudo, autodidactas, tolos, loucos, e não me confundo mais com os demais, já não sou musgo prisioneiro do líquen, voei, sumi! Livrei-me dos pesos que me faziam jazer... Agora posso olhar-te e saber o meu valor, as minhas tragédias, as minhas pérolas... E agarrar-me, sempre me agarrar, como bicho cego que receia que a escuridão o devore. Mas aqui estou, afinal poupei-me aos meus delírios e fiz-me crisália de mil cores, qual não será a minha beleza quando finalmente eclodir para um mundo novo... Pela primeira vez, olho o mundo que não me quer com um sorriso... Obrigo-o a viver-me, a suportar as minhas arruivadas manias e isso faz-me rir... Daquelas gargalhadas histéricas que me tiram lágrimas à dentada... Rio-me de uma realidade na qual me enfio sem permissão, mas o gozo é tão maior assim...
Descansa mundo... É só mais uma colherada ou duas...
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