Tuesday, October 26, 2010

Eu agarro-me a tudo... Sou forte, já sabia... Finco as unhas como uma lapa e hiberno no abraço de quem se ausenta. Longe vão os longos passeios pela minha alma, incompreendida a maresia dos meus pensamentos... Tudo bem longe, fora de mim... Afinal, estava presa a uma imagem que não real... Não me via, não me sabia... Mas ensinamo-nos sempre tudo, autodidactas, tolos, loucos, e não me confundo mais com os demais, já não sou musgo prisioneiro do líquen, voei, sumi! Livrei-me dos pesos que me faziam jazer... Agora posso olhar-te e saber o meu valor, as minhas tragédias, as minhas pérolas... E agarrar-me, sempre me agarrar, como bicho cego que receia que a escuridão o devore. Mas aqui estou, afinal poupei-me aos meus delírios e fiz-me crisália de mil cores, qual não será a minha beleza quando finalmente eclodir para um mundo novo... Pela primeira vez, olho o mundo que não me quer com um sorriso... Obrigo-o a viver-me, a suportar as minhas arruivadas manias e isso faz-me rir... Daquelas gargalhadas histéricas que me tiram lágrimas à dentada... Rio-me de uma realidade na qual me enfio sem permissão, mas o gozo é tão maior assim...

Descansa mundo... É só mais uma colherada ou duas...

Tuesday, October 19, 2010

One of a kind


Disseram-me que seria fácil... Mas já devia saber que eram mentiras...Daquelas suaves, que toda a gente pensa que não magoam ninguém...Mas que, quando o vento muda de direcção, lá nos ferem onde mais dói. Cá para mim, deviam deixar de aconselhar as pessoas...De que me servem as palavras, afinal? Sou apenas uma cor no meio do preto e branco...

Difícil é começar...

...continuar vem com o tempo...Tempo...Sim...O que sobra é tempo, embora não pareça...Perdida entre as pontas soltas dos meus lençóis, pergunto-me porquê cair...Não sucumbir à gravidade seria tão mais fácil...

Enveredo hoje por um caminho que me há-de abandonar... Só espero não abandonar os meus caquinhos pelo caminho...

Nádia