Thursday, August 9, 2012




A minha Alice já não espera mais... 
Já não a vêem, perdida entre arbustos, atrás de coelhos...
E oh, quão perdida ela esteve...
Quão pesada a venda que a cobria, mas que a obrigou a crescer...
Quantos erros, quantas decisões precipitadas, quantos enganos...quando a verdade era só uma...
Há coisas que não se devem esquecer...que não se devem, nem se podem...
Há coisas que deixam uma marca em nós...que os anos não apagam.
Andei em círculos a fugir dessa marca, a negá-la...repudiá-la...
Tantas vezes me perguntei porquê...o que teria acontecido "se"...
Saltitei de emoção e emoção, para apagar o vazio.
Consegui ignorá-lo, à custa de ilusões e desilusões...
Cresci, cresci muito...até chegar ao momento de saber o que queria.
A Alice deixou de perseguir sonhos, mas apenas o seu sonho.
E, no momento em que finalmente me aceitei sozinha, voltaste.
Num instante, 5 anos de distância esfumaram-se...como se nunca tivessem existido...
A porta abriu-se...uma porta fechada em lágrimas outrora...
Uma porta que transpusemos sem medo, 
encadeados por sentimentos fechados em baús há tanto tempo...
mas que se mantinham à espera que lhes estendêssemos a mão, como devíamos.
Escolhemos outro caminho, há 5 anos atrás...
mas a vida encarregou-se de nos devolver ao mar...e aos braços um do outro...
para uma nova tentativa...a derradeira...
No fundo não é um começo...é um recomeço...